Para algo para começar, só é preciso dar início e se conectar com uma coisa que ainda não é - até onde se sabe, pelo menos. E escrever mais sobre isso.
Como se sabe o que as coisas são, a não ser que já sejam conhecidas? O que se sabe delas nessa fase? Como é que existem essas coisas? Como chegar perto deles e iniciar um diálogo - sobre o quê, e na língua de quem?
Instintivamente se aborda tais coisas através do familiar, do conhecido - às vezes com tanta precisão e força que não se pode ver a partir de um único ângulo, em uma direção todas as coisas em uma ordem clara - uma coisa na frente, outra logo atrás dela, e assim por diante - em perspectiva.
É possível algo já familiar preencher os critérios de um milagre? É possível se abalar com a surpresa por algo que se conhece por completo? O que se vê, então?
Talvez se encontre uma questão que não se pode entender. Ou uma imagem de algo que começa a confundir a mente. São exibidas em algum lugar, onde podem ser descobertas, e então esperam para ver quem vem olhar para elas E como olham para elas.
Trecho da obra The Annunciation (O Anúncio), 2011, Eija-Liisa Ahtila
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